Capítulo 2 | The Game Started!




          Stela sentou e seu corpo foi tomado por medo, todas as pessoas do bar estavam olhando para os dois, o que a deixou ainda mais desconfortável com a situação. Será aquele o seu fim? 
         - Por favor, deixe-me ir, deve estar me confundindo com outra pessoa...
         - Stela Montgomery, nascida em Manchester, filha de Elizabeth Angels e John Montgomery. O que é há de real em você? Seu peitos?  - disse Paul, gargalhando o que deixou Stela enfurecida. 
        - O que quer de mim?  - perguntou Stela, dessa vez tentando não transparecer o medo. 
       - Eu não quero nada da Stela... e sim da Laura Walker, fiquei sabendo que você a conhece muito bem. - disse Paul, dessa vez lançando-lhe um olhar ameaçador. Stela tremeu ao ouvir aquele nome que lhe parecia tão familiar, claro que a conhecia muito bem, também pudera, era seu nome. Por anos fugira dos segredos e da escuridão que envolvia cada letra daquele nome, tentara esquecer mas não havia como porque por mais que ela tentasse correr era seu nome e mais do que isso, sua história. 
        - Nós não deveríamos conversar sobre isso aqui. - disse ela, nervosa e já se levantando. Sua cabeça girava cheia de perguntas e mal conseguia se concentrar no que estava fazendo, ela não sabia nada sobre aquele homem, apenas seu nome e sua idade e ainda assim não sabia nem se era verdadeiro mas estava o acompanhando para algum lugar qualquer. Ela não queria deixar transparecer, o que fora um fracasso, mas cada passo que ela dava cheirava a medo. Medo de ter de fazer tudo aquilo novamente ou de ter de passar o resto de sua vida na cadeia. O que Stela, ou Laura, não sabia é de que estava facilitando as coisas para seu assassino
         Paul não hesitou e já estava saindo do estabelecimento, em ocasiões anteriores ele teria se importado em ser visto com a vítima antes do homicídio, mas agora não faria ser diferença pois ela não seria procurada, não tinha amigos, nem família, ninguém para sentir sua falta e espalhar panfletos de "desaparecida" no meio da rua, esta, estava deserta e apenas Paul e Laura transitavam por ali, eram 3 horas da manhã e tudo o que se via eram carros passando em alta velocidade e bêbados, Paul aproveitou para atacar e com um golpe no escuro posicionou uma faca na garganta da moça, abriu a porta do carro e a mandou entrar, Laura sem pensar muito já foi entrando. Paul prendeu as mãos de Laura em uma algema, fechou a porta com toda força e entrou no carro. Ele não se orgulhara nem um pouco daquilo, per pego a vítima de uma forma tão fácil. Paul não era um assassino qualquer, gostava de jogos, como um predador atrás de sua presa. Não achara aquilo nem um pouco divertido, mas o jogo estava apenas começando. 
         Estacionou o carro, a pegou pelo braço e começou a arrasta-la mata adentro. 
         - Porque você parou? Para onde estamos indo? - perguntou Laura.
        - Para o país das maravilhas... - respondeu Paul com um sorriso aterrorizante no rosto. 
         Ao que aparentava, Laura era uma garota doce, meiga e incapaz de ter pensamento psicopatas, mas tudo não passava de aparências. Ela também possuía seus segredos e todos eles giravam em torno de apenas um, Laura era uma assassina e como uma, também possuía seus instintos. Sabia que corria perigo e também sabia que precisava fazer alguma coisa, mas o que? Não tinha armas e estava completamente indefesa. 
        Após andarem bastante, chegaram a uma casa abandonada rodeada de mato. As janelas estavam cobertas por papel preto, de modo que não dava para ver absolutamente nada do que tinha dentro da casa, a porta estava trancada em dois cadeados. Paul abriu a porta e a obrigou a entrar, fechando-a logo após. Haviam papéis e livros espalhados por todos os lugares, havia uma parede coberta por fotos, inclusive uma sua, e algumas estavam marcadas com um "x", com certeza eram as fotos de suas vítimas anteriores. Sentiu calafrios em pensar que o próximo "x" seria em sua foto. Em outra parede tinha alguns recortes de jornais, sobre desaparecimentos de algumas vítimas suas e sobre alguns serial killers. Paul sentou-se em uma cadeira em frente de Laura com um copo de uísque em mãos e um sorriso psicopata nos lábios e ficou a observa-la. Ela olhava para o chão, tentando pensar em uma forma de escapar, até que viu um livro jogado por ali, "A noite depois do Natal", já havia lido mas isso foi a muito tempo atrás. Foi um livro responsável por transformar o Papai Noel em um bicho papão para várias crianças, o autor ganhara vários prêmios na época pelo livro, ele escreveu outros livros nenhum fez sucesso quanto esse e hoje ele está completamente fora da mídia. Laura se assustou ao lembrar o nome do autor, agora as coisas pareciam fazer sentido, não tudo mas algumas coisas como o bloco de notas. Estaria ele escrevendo sobre crimes que ele mesmo cometera? 
          - Li seu livro, "A noite depois do natal", depois disso tive vários pesadelos. - disse Laura, tentando puxar conversa para ganhar tempo. 
          - Não precisa de um livro para ter pesadelos, você criou o seu pesadelo. E nos últimos 20 anos você deve ter tido muito deles. Quem não teria? Você matou seu pai e sua madrasta friamente e depois foi embora. Não sei como, mas você conseguiu fugir e o caso foi arquivado. Como você consegue dormir? - disse Paul, acendendo um cigarro. 
         - Você não pode me julgar porque ao que parece você cometeu mais crimes do que eu. 
         - Sim, eu posso, porque eu estou matando assassinos, estão morrendo da forma que eles merecem. Desde "A noite depois do Natal" eu não tenho mais aparecido na mídia, ninguém compra mais meus livros e ninguém se lembra quem é Paul Houston, eu estava relendo meus livros e percebi uma falta de emoção, de realidade. Estou escrevendo um thriller, mas dessa vez eu serei o assassino e você a vítima. 
         - Você deve se sentir "o justiceiro", não é? Mas a única coisa que você está fazendo é se tornando um de nós. Assassinos frios, mas você consegue ser pior porque você não tem motivos, não tem traumas e nem ao menos sede por vingança. Você mata por matar e esse é o pior tipo de assassino. - atacou Laura, o que o fez rir.
          - Eu poderia te matar agora, mas seria desperdício porque você é uma assassina linda, sexy e portanto uma ótima isca. - disse Paul, que agora estava de pé atrás da cadeira em que Laura estava sentada e apoiando uma faca sobre seu pescoço de modo ameaçador. - É exatamente o tipo de personagem que eu estou procurando, você pode preencher o papel de minha companheira mas se você não quiser, ainda tem vários papéis vagos para vítimas. Escolha.
           Laura pensou por um momento, qualquer coisa era melhor do que morrer. E ainda com um ar de dúvida disse - Eu aceito ser sua companheira. - mal sabia ela que o jogo estava apenas começando.
Próximo capítulo : 6/01 (quarta feira)
Espero que gostem | Blog pessoal

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